Flávio Dino disse que o “protagonismo” do Supremo Tribunal Federal veio para ficar. Significa, essencialmente, que o ministro e seus colegas de toga, ao provarem do gostinho de governar o país de braços dados com Lula, resolveram se lambuzar.
Tenho visto matérias plantadas na imprensa dizendo que Dino pode ser o sucessor de Lula nas urnas em 2026, mas não faz sentido.
Por que o ministro abriria mão dos poderes hoje ilimitados, acima da Constituição e de qualquer questionamento jurídico administrativo, para testar sua popularidade nas urnas?
A única coisa que Dino quer é garantir sua influência sobre Lula e seu sucessor, assim como Alexandre de Moraes, que parece cego na missão de eliminar Jair Bolsonaro e o bolsonarismo da cena política.
Enquanto Dias Toffoli e Gilmar Mendes aproveitam a onda favorável para absolver todos os corruptos e corruptores alcançados pela Lava Jato.
A velha máxima de Lord Acton, de que o poder absoluto corrompe absolutamente, se ajusta perfeitamente à toga dos nossos ministros, que se tornaram arautos da ruína, fonte permanente de instabilidade política, insegurança jurídica e agora também de atrito diplomático.
Como bem sintetizou o meu aliado aqui na trincheira, o André Marsiglia, o STF estragou a nossa democracia.
Quem poderá reestabelecê-la, se o Senado, que tem o poder constitucional de “impichar” ministros, é liderado por um anão moral? Se a Câmara prefere negociar o impeachment por meia dúzia de emendas, se a velha imprensa está a soldo da Secom e se os críticos são silenciados?
Durante as eleições de 2022, houve quem pedisse nas ruas uma intervenção divina ou até alienígena. Quem debochou agora se depara com a abertura de ações na Justiça americana, que podem levar Moraes e seus colegas a serem sancionados com medidas que vão além do simples cancelamento de vistos, alcançando o bloqueio de contas bancárias e o resto de bens.
E nem adianta apelar para o Itamaraty, que perdeu qualquer respeito ao chancelar uma política externa ideológica e antiamericanista. Aos olhos do governo Donald Trump, a administração Lula é parte indissociável do problema e não da solução.
Aos olhos da maioria dos brasileiros, aconselhados pelo presidente a comer pé de galinha e abóbora, também.